Este ano, foi concedido um total de quase 1 milhão de libras esterlinas através do nosso fundo, tendo cerca de metade das subvenções sido destinadas a projectos vitais de investigação e melhoramento.
Numa altura em que os governos de todo o mundo continuam a reduzir o financiamento vital para a investigação científica, o Ocean Stewardship Fund (OSF) contraria esta tendência.
Em 17 de julho de 2024, foi anunciado o mais recente grupo de beneficiários do OSF. Investigadores de oito países estão entre aqueles que irão promover melhorias nas pescarias empenhadas na sustentabilidade. Os investigadores, em conjunto com dez pescarias associadas, receberam perto de 500 000 libras esterlinas para candidaturas ao Transition Assistance Fund (fundo de assistência à transição) ou a bolsas de investigação para estudantes.
Em 2023/24, o MSC concedeu 32 subvenções para apoiar pescarias e projetos de investigação inovadores, num total de quase 1 milhão de libras. Desde 2018, o OSF concedeu mais de 140 subvenções, num total aproximado de 5,25 milhões de libras, a investigadores cujos projetos se destinam a ampliar conhecimentos e a colmatar lacunas de dados no domínio das ciências da pesca sustentável.
Ajudando as pescarias a melhorar
A ronda de financiamento de 2023-24 incluiu treze projetos associados a pescarias de captura selvagem no México, Nicarágua, Suriname, Peru, África do Sul, Índia, Indonésia e Nova Zelândia. Estas pescarias são, na sua maioria, verificadas no âmbito do Programa In-Transition to MSC. Ao melhorarem as suas práticas de pesca, pretendem cumprir o Padrão de Pesca do MSC em termos de sustentabilidade ambiental.
Nove destes projetos foram apoiados pelo Transition Assistance Fund. Os investigadores que receberam estas subvenções estão a trabalhar para compreender melhor a dinâmica das unidades populacionais alvo. Através da investigação, as pescarias podem estar mais bem informadas sobre a abundância das unidades populacionais que exploram e garantir a existência de regras que permitam gerir melhor as capturas e os seus limites a um ritmo sustentável.
Investigação de estudantes
Na ronda de financiamento deste ano, foram ainda atribuídas quatro bolsas de investigação para estudantes. Estes projetos, que se destinam principalmente a investigadores em início de carreira, como estudantes de mestrado e doutoramento, visam ajudar as pescarias a minimizarem o seu impacto na biodiversidade e no ecossistema marinho em geral.
Um projeto de bolsa de investigação para estudantes localizado na Baja California, México, analisou as populações e os ciclos de vida dos pelicanos castanhos que interagem frequentemente com uma pescaria de sardinhas. Os dados permitirão avaliar a dimensão da população de pelicanos de forma exata e compreender os eventuais impactos da pescaria sobre a mesma. O financiamento para este projeto foi doado ao OSF pelo retalhista Carrefour Itália e pela marca de produtos do mar Delicius, no âmbito da Semana dos Produtos do Mar Sustentáveis do MSC Itália, em 2023.
Orcas, focas e uma aplicação para smartphone/telemóvel
A pescaria de pescada com palangre da África do Sul está a tentar melhorar as suas práticas de pesca, aprendendo mais sobre as orcas e os leões-marinhos que encontra no decurso das suas operações. Esta informação será útil para a gestão da pescaria e para melhorar a exatidão das avaliações das populações de pescada.
No Suriname, um estudante de investigação da Vrije Universiteit, em Bruxelas, está a utilizar uma aplicação para smartphone que ajudará uma pescaria de corvina e pescada-amarela a desenvolver uma base de dados de espécies em perigo, ameaçadas e protegidas dentro da sua área de distribuição. A base de dados será de acesso livre e ajudará outras pescarias da região a garantir que também minimizam os seus impactos.
A Dra. Beth Polidoro, Diretora de Investigação do MSC disse: «O Ocean Stewardship Fund é uma excelente forma de ajudar os cientistas em início de carreira a testar hipóteses e a fazer novas descobertas. O ambiente marinho está a mudar significativamente em todo o mundo e as pescarias terão de continuar a adaptar-se. Para enfrentar estes desafios, é imperativo apoiar iniciativas para melhorar os dados e as soluções de base científica.»