Os dados divulgados hoje pelo Marine Stewardship Council (MSC) revelam um aumento da procura, das vendas e da produção de atum sustentável certificado à escala mundial. Os novos números do principal selo internacional de produtos do mar sustentáveis foram publicados em antecipação ao Dia Mundial do Atum, na segunda-feira, 2 de maio.
O MSC prevê um recorde de vendas de atum com o seu selo azul – 130 000 toneladas em 2021/22, mais do dobro do que há cinco anos (50 000 toneladas). Este crescimento tem sido apoiado pelos novos compromissos por parte dos gigantes da distribuição e dos produtos do mar, incluindo o Lidl, Aldi, Edeka, Rio Mare, Followfood, Waitrose, Walmart e John West Australia, em abastecer-se unicamente de atum sustentável.
O aumento das vendas de atum sustentável é igualmente apoiado por empresas pesqueiras que investem em práticas de pesca mais sustentáveis, reduzindo os impactos ambientais da pesca do atum para obter a certificação MSC, dando aos compradores e consumidores a garantia da sustentabilidade das suas capturas. O total de capturas mundiais de atum com a certificação do MSC atingiu um recorde de quase 2 milhões de toneladas em 2021/22, em comparação com menos de 1 milhão de toneladas em 2017/18.
«As crescentes vendas de atum sustentável com a certificação do MSC são testemunho de uma verdadeira mudança positiva na forma como o atum é capturado», afirma Nicolas Guichoux, Diretor do Programa no MSC. «A procura de atum sustentável por parte dos consumidores e retalhistas, juntamente com as operações de pesca mais ecológicas, resultaram numa rápida mudança na forma como o atum é capturado a nível mundial.»
No total, 39% das capturas comerciais de atum do mundo estão agora certificadas como sustentáveis segundo o Padrão do MSC. Contudo, este progresso poderá ser comprometido se a governação internacional no Pacífico Ocidental e Central não adotar uma estratégia a longo prazo para assegurar a saúde contínua do stock de atum mais importante do mundo ao nível comercial. O Pacífico Ocidental e Central alberga mais de metade do gaiado do mundo, bem como 86% das capturas de atum sustentáveis com a certificação do MSC.
Apesar dos excelentes resultados obtidos na região em matéria de pesca sustentável, que resulta em stocks saudáveis de atum, a certificação a longo prazo das pescarias de atum no Pacífico Ocidental e Central exigirá que as 26 nações responsáveis pela pesca do atum na região concordem com regras destinadas a garantir que os stocks nunca se tornem sobre-explorados.
«Os atuns nadam grandes distâncias – são verdadeiramente internacionais. Por conseguinte, a gestão sustentável do atum requer um acordo entre os governos a nível internacional», afirma Guichoux. «A certificação contínua e sustentável de todas as pescarias de atum está, portanto, condicionada a estratégias conjuntas para evitar que as unidades populacionais de atum se tornem sobre-exploradas. Estas estratégias são notoriamente difíceis de entendimento por parte das organizações internacionais de gestão, pois requerem um acordo multilateral sobre futuras reduções de capturas, caso as unidades populacionais saudáveis comecem a diminuir. Instamos os membros da Comissão das Pescas do Pacífico Ocidental a apoiarem a adoção destas regras para assegurar a saúde a longo prazo desta população vital de atum, bem como os incríveis compromissos assumidos pelos retalhistas e os consumidores de escolherem atum com a mais alta garantia de sustentabilidade.»
Factos sobre o atum e o Pacífico Ocidental e Central
- O gaiado é a espécie de atum mais consumida, que se vende em conserva em sanduíches e saladas. Representa 60% das capturas mundiais de atum. 58% do gaiado do mundo vem do Oceano Pacífico Ocidental e Central.
- A pesca do atum no Oceano Pacífico Ocidental e Central é gerida por 26 estados membros da Comissão do Atum do Pacífico Ocidental e Central, que inclui alguns dos países mais ricos do mundo ao lado de pequenas nações insulares. Esta organização regional de gestão das pescas é responsável por mais de metade das capturas de atum do mundo.
- Mais de metade do atum capturado no Oceano Pacífico Ocidental e Central provém de águas controladas pelas pequenas nações insulares membros do acordo das Ilhas Nauru (PNA), que incluem Palau, Nauru, Kiribati e Tuvalu. Estas nações comprometeram-se a gerir o seu atum de forma sustentável.
− FIM –
Explicação:Porque é que a certificação das pescarias do atum do Pacífico Ocidental e Central está ameaçada >