O MSC descreve as implicações do novo Padrão de Pesca para a pesca do atum e partilha dados que mostram que as capturas de atum certificado superam já os 2 milhões de toneladas
Os novos dados publicados pelo Marine Stewardship Council (MSC) mostram um crescimento contínuo das capturas de atum e dos produtos certificados de acordo com os seus padrões internacionais para a pesca sustentável.
As pescarias com certificação do MSC são agora responsáveis pela captura de mais de 2 milhões de toneladas de atum por ano, o que representa cerca de metade (47%) da captura mundial de atum selvagem para fins comerciais. Por conseguinte, o número de marcas que vendem atum com o selo do MSC excede agora as 430, em comparação com 126 em 2015, graças ao facto de as empresas terem cumprido a promessa de abastecer-se unicamente de atum sustentável certificado*.
Os dados, incluídos numa atualização do Manual do Atum Sustentável do MSC, revelam uma crescente dinâmica a favor da certificação e das vendas de atum sustentável. Os compromissos dos retalhistas, das marcas e das pescarias, juntamente com a crescente procura por parte dos consumidores e os avanços tecnológicos que permitem uma pesca sustentável, estão a produzir benefícios tangíveis. Nos três anos que antecederam março de 2022, as pescarias de atum com a certificação do MSC cumpriram 38 condições para a certificação, contribuindo ainda mais para a proteção dos oceanos e das populações de peixes.
No entanto, continuam a existir desafios para garantir a sustentabilidade a longo prazo das pescarias de atum. Um novo resumo informativo, Padrão de Pesca do MSC, versão 3.0:considerações sobre as pescarias de atum, também publicado hoje, descreve como as melhorias introduzidas nos requisitos da certificação do MSC terão impacto na pesca do atum.
As melhorias de particular relevância para as pescarias de atum incluem requisitos mais rigorosos em matéria de dispositivos de concentração de peixes (DCP), de remoção de barbatanas de tubarão, de espécies em perigo, ameaçadas e protegidas (ETP) e de eficácia na monitorização, no controlo e na vigilância.
O Padrão revisto, que será publicado no final de outubro, define também novas exigências relativamente às estratégias de captura das pescarias geridas por organizações regionais de gestão das pescas (ORGP), incluindo as pescarias de atum com redes de cerco com retenida e palangre.
Durante a sua intervenção no evento paralelo organizado pelo MSC no âmbito da Conferência e Exposição Mundial do Comércio de Atum em Banguecoque, o Diretor de Ciência e Normas do MSC, Dr. Rohan Currey, declarou: «O novo Padrão de Pesca do MSC garantirá que as pescarias certificadas continuem a ser líderes mundiais na pesca sustentável. As pescarias de atum certificadas terão agora de respeitar uma série de etapas definidas com vista a assegurar um acordo entre múltiplos governos nacionais para implementar estratégias de captura de vanguarda, obtidas através de negociações abertas e justas. Estes requisitos representam um aumento significativo das expectativas das pescarias geridas pelas ORGP e criarão um impulso unificado e poderoso no sentido de garantir que sejam acordadas proteções vitais que assegurem uma gestão sustentável dos stocks de atum a título perpétuo.»
As pescarias já certificadas terão a possibilidade de aplicar os requisitos relativos às estratégias de captura de forma antecipada, na condição de que haja um acordo maioritário entre as pescarias que visem a mesma unidade populacional. A aplicação antecipada está também condicionada pelo facto de que as pescarias sejam avaliadas segundo a versão 3.0 do Padrão na sua próxima reavaliação, o que acelera a aplicação de exigências mais amplas, nomeadamente aquelas relacionadas com os DCP, as espécies ETP e a remoção de barbatanas de tubarões. Em reconhecimento do aumento de expectativas, estas pescarias terão cinco anos para assegurar estratégias de captura robustas que proporcionem a melhor proteção possível dos stocks de atum.