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Consumidores portugueses cada vez mais preocupados com o estado dos oceanos

Asun Talavera

MSC e GlobeScan lançam o relatório Consumer Insights que revela que apenas 35% dos inquiridos acreditam na recuperação dos oceanos em 20 anos

Lisboa, 7 de junho 2024 - O Marine Stewardship Council (MSC) divulgou recentemente os resultados do seu inquérito global, que mostram que cerca de metade dos consumidores estão a mudar os produtos da sua alimentação, devido às suas preocupações com o ambiente.

Os consumidores estão mais conscientes do que nunca do impacto que as suas escolhas alimentares têm sobre o planeta. O relatório Consumer Insights do MSC e da GlobeScan, que é publicado de dois em dois anos, desde 2016, este ano inquiriu mais de 27.000 pessoas, em 23 países, entre janeiro e março de 2024. 601 dos inquiridos são consumidores de produtos do mar portugueses.

Sobre a pergunta “Está a mudar a sua dieta?”, 55% dos portugueses inquiridos afirmaram que tal se devia a razões ambientais, para além da saúde e do preço.

A maior alteração verificou-se na carne vermelha, tendo 52% dos inquiridos reduzido o seu consumo nos últimos dois anos. Por sua vez, 40% indicaram estar a consumir mais legumes e 12% disseram que estavam a consumir mais peixe, sendo que 35% dos inquiridos afirmaram ainda que, no futuro, consumiriam mais peixe e marisco de uma determinada marca se soubessem que não estavam a causar danos aos oceanos.

No topo das preocupações ambientais dos consumidores estão as alterações climáticas, entre outras questões importantes como a perda e destruição de florestas e bosques (44%), a saúde dos oceanos (42%) e a poluição dos rios e ribeiros (28%).

De sublinhar ainda que a ecoansiedade sentida pelos consumidores de produtos do mar, relativamente ao estado dos oceanos, também aumentou, com 99% dos inquiridos a dizerem-se preocupados. Por outro lado, otimismo quanto à possibilidade de salvar o oceano de danos irreversíveis caiu a pique, apenas 35% afirmam acreditar que, dentro de 20 anos, teremos salvo os oceanos dos danos irreparáveis causados pelos seres humanos.

Sobre as soluções para os problemas dos ecossistemas marinhos, 27% dos consumidores apresentam uma boa compreensão do que é a pesca sustentável: 64% dos inquiridos afirmaram que a pesca sustentável não captura indivíduos juvenis para garantir a sua renovação. Além disso, 62% afirmaram que a associam à garantia de que as espécies em perigo ou vulneráveis estão protegidas, uma componente-chave do Padrão de Pesca do MSC.

A Diretora do Programa MSC de Portugal e Espanha, Laura Rodríguez, afirmou: "Os resultados do inquérito revelam uma preocupação crescente do público com o estado dos nossos oceanos. A sua proteção e a diversidade da vida que nele existe são vitais para a saúde do planeta. Temos de redobrar os nossos esforços coletivos para combater a sobrepesca e a enorme ameaça que esta representa. Incentivar uma mudança positiva, através do reconhecimento e da recompensa dos pescadores que fazem uma gestão sustentável, é vital para o progresso. Ao assegurar que as práticas de pesca são sustentáveis, podemos garantir mais vida no oceano e proteger um recurso alimentar valioso para esta e para as gerações futuras."

Os resultados do estudo, promovido pelo MSC e levada a cabo pela GlobeScan, empresa global de consultoria e análise de dados, estão a ser divulgados antes do Dia Mundial dos Oceanos, assinalado a 8 de junho, para aumentar a sensibilização para o impacto das ações humanas nos oceanos e para reunir as pessoas com vista a melhorar a gestão sustentável dos oceanos.

Caroline Holme, Diretora Executiva da GlobeScan, referiu: "Estes resultados refletem as conclusões mais amplas do nosso estudo anual sobre a vida saudável e sustentável e a perceção do público sobre os desafios que o mundo enfrenta. Mesmo numa crise de custo de vida, as questões ambientais são uma grande preocupação para os consumidores."

As pescarias certificadas com o Selo Azul do MSC efetuaram mais de 400 melhorias nas práticas de pesca nos últimos três anos, para proteger espécies marinhas ameaçadas e habitats vulneráveis. As pescarias certificadas de acordo com o Padrão de Pesca do MSC devem demonstrar uma gestão sustentável das unidades populacionais de peixes e minimizar os seus impactos no meio marinho em geral. 

O oceano cobre mais de 70% do planeta, produzindo pelo menos 50% do seu oxigénio. Alberga a maior parte da biodiversidade da Terra e é a principal fonte de proteínas para mais de mil milhões de pessoas em todo o mundo. 

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Mapeamento detalhado
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