A análise mais abrangente realizada até à data, que compara as populações de peixes exploradas por pescarias com e sem a certificação do Marine Stewardship Council (MSC), foi publicada hoje na revista científica analisada pelos pares Frontiers in Marine Science.
A investigação comparou os dados disponíveis publicamente sobre a abundância de 80 populações de peixes exploradas por pescarias com a certificação do MSC com os dados relativos a mais de 90 populações em que as pescarias carecem da certificação do MSC.
A análise revelou que os stocks objeto de pescarias certificadas de acordo com o padrão global do MSC para a pesca sustentável são pescados de forma mais consistente dentro dos limites sustentáveis. Verificou-se também que os stocks explorados por pescarias com a certificação do MSC apresentam uma maior abundância em relação aos objetivos de captura sustentável, comparativamente aos stocks explorados por pescarias sem a certificação do MSC.
A investigação verifica a alegação do MSC segundo a qual os produtos do mar que ostentam o selo azul provêm de pescarias bem geridas, cujas populações de peixes não são sobre-exploradas.
A análise abrangeu uma vasta gama de espécies, incluindo atum, pequenos pelágicos e peixes brancos, e as áreas geográficas da costa oriental e ocidental do Canadá, o Japão, o Oceano Pacífico, a África Austral, a costa oriental dos EUA e o Oceano Atlântico.
À medida que a sobrepesca continua a aumentar, com mais de um terço (35%) das populações de peixes mundiais sobre-exploradas, a investigação revela que a pesca bem gerida é fundamental para enfrentar este desafio. As pescarias geridas de forma sustentável são também mais produtivas a longo prazo, assegurando uma fonte vital de alimentos ricos em proteínas para a crescente população do planeta.
Dr. Rohan Currey, Diretor de Ciência e Normas do Marine Stewardship Council, disse: «Acelerar o progresso para enfrentar o desafio da sobrepesca continua a ser uma prioridade urgente a nível mundial. Nós sabemos como resolver este problema. Esta investigação demonstra que a implementação das melhores práticas na gestão das pescarias, tal como exigido pelo Padrão de Pesca do MSC, pode produzir resultados sustentáveis. Os governos, os gestores das pescarias, as pescarias e, na verdade, todos os que defendem a pesca sustentável, serão encorajados por estes resultados.»
− FIM −
Notas para os editores:
- Os estudos anteriores, incluindo Gutierrez et al. (2012), Froese & Proelss (2012) e Optiz et al. (2016), utilizaram conjuntos de dados mais limitados.
- O estudo utilizou dados de avaliação de populações de peixes disponíveis publicamente, recolhidos por cientistas independentes em todo o mundo, para comparar as populações exploradas por pescarias com e sem a certificação do MSC.
- Para determinar o estado de um stock, o documento analisou a biomassa desse stock em relação a dois parâmetros chave:
- Bmsy – a biomassa resultante da captura do stock ao rendimento máximo sustentável. O Bmsy é considerado um «nível alvo» por muitos gestores de pescarias.
- Blim – o ponto de referência da biomassa utilizado para determinar se o stock se encontra no ponto a partir do qual o recrutamento pode ser afetado e, portanto, em situação de sobrepesca. O Bblim é considerado um limite a ser evitado.
Link de estudo: Wild-caught fish populations targeted by MSC-certified fisheries have higher relative abundance than non-MSC populations